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Vôo de uma Gaivota

  • 31 de Dezembro de 2008
Durante o trânsito numa manhã comum, o destino me impôs a lembrança de um mergulho único, um vôo singular, onde cada toque, cada sensação, e toda a emoção explodisse na memória de uma puta reação química.
O que vocês vão ler, aconteceu há quase duas décadas atrás. Pois ainda éramos adolescentes, muito jovens.
Nós dois fazíamos parte de um grupo misto de amigos, todos muito bonitos, e incrivelmente ingênuos, apesar de toda a intimidade que compartilhávamos uns com os outros.
Ele aprendia música com aulas de violão e adorava rock progressivo.
Eu era o primeiro bailarino de uma companhia independente e adorava praticar esportes.
Tínhamos o hábito de conversar sobre tudo durante horas sem que esgotássemos qualquer assunto.
Eu também estudava arquitetura. Naquela época eu precisei ser emancipado para ingressar na faculdade com 16 anos.
Eu ainda driblava o tempo para trabalhar durante meio período e escrever secretamente poesias, poemas e ensaios eróticos assinando Gaivota. Todos comentavam as cartas e indagavam quem poderia ser essa Gaivota. Eu datilografava tudo porque e-mail não era tão usado como hoje. Daí, eu enviava o que escrevia via correio pra todos da turma, declarando uma paixão incontrolável pelo menino mais lindo e gostoso da nossa turma que tentava encantar todos com seus cabelos nos ombros e sorriso largo, franco.
Todos podiam supor, talvez, que Gaivota fosse do sexo masculino e que estava declarando abertamente que desejava experimentar o sexo mais ardente que alguém pudesse proporcionar. Mas era do conhecimento de todos também que ele namorava a menina mais linda e sexy da turma e que ele jamais corresponderia os apelos da Gaivota.
No final de uma estréia barulhenta no Centro Cultural Vergueiro, aqui em São Paulo, ele invadiu o banheiro dos camarins, onde eu tomava banho, e tirou várias fotos do meu corpo sob uma das duchas que massageava minhas nádegas, coxas, braços, ombros, pescoço, tórax e rosto com jatos frenéticos de água, demais intensos, apesar da água estar propositalmente fria. Eu fiquei meio tonto e excitado com os olhares e ousadia dele. E acabei despejando o momento no abismo do esquecimento.
Depois, na mesma noite, fomos todos comemorar o sucesso do nosso espetáculo de dança moderna, com queijos e vinho na casa da primeira bailarina que também estava interessada nesse meu amigo. Ela convidou o dono dos meus desejos, diante de todos, para dormir lá com ela, e ele respondeu olhando dentro dos meus olhos que precisava devolver o carro do pai dele. Meu coração disparou numa confusão de certezas e emoções. A namorada dele também ficou furiosa. Estávamos todos bêbados. Fui convidado por ele para dormir na casa dele porque eu era o único que ainda podia conduzir um carro.
Deixamos quem dependia de carona cada um em sua própria casa para que pudéssemos ficar sozinhos. Nossas atitudes pareciam ter vida própria, pois estávamos quase mudos desde a nossa saída da festa.
Ao chegarmos na casa dele, enquanto subia as escadas que dava acesso aos quartos de dormir, ele pediu para eu ser o mais silencioso que pudesse, porque o que ele menos queria era que o pai, a mãe ou um dos dois irmãos dele acordasse.
Ele subiu na frente me puxando pela mão. Quando chegamos na porta do quarto dele, ele empurrou a porta com uma das mãos e me puxou pela cintura com a outra empurrando meu corpo quase inerte pra dentro do quarto. Nesse instante nossos rostos ficaram tão próximos que pude sentir a repiração dele ofegante. Eu não sabia se era a excitação ou o efeito do alcool. Diferente das outras vezes que eu havia dormido lá, enquanto ele segurava a chave da porta que seria trancada, ele disse que sabia que eu era o Gaivota, falou mais alguma coisa que eu não pude compreender direito e perguntou três vezes: - sim ou não? Se eu dissesse não, perderia quem foi sublime, e se eu disse sim?... Eu não sabia!... Na terceira vez eu respondi que sim, enquanto ele rodava a chave para trancar o quarto e separar o mundo dele do mundo lá fora.
Ele puxou o colchão debaixo da cama dele para o meio do quarto. Ele apagou a luz do quarto. Eu podia ouvir a respiração dele como música para os meus sentidos, enquanto tirávamos toda a roupa. Ele pediu que eu subisse pra cama dele com uma voz rouca na tentativa de abafar todo e qualquer barulho. Eu sussurrei que seria melhor que ele descesse pro colchãozinho que parecia pesar uma tonelada empurrando o piso do quarto para baixo. De repente, tudo parecia um sonho. Eu estava deitado de barriga para cima quando senti o peso do corpo dele sobre o meu.
O meu pau e o dele ficaram quase colados, um do lado do outro sem espaço, apertados pelos nossos corpos num abraço que parecia eterno. O chão do quarto dele tremia. Eu não conseguia saber quem estava respirando pelos dois. Eu senti, num frenesi alucinante, toda a explosão de tesão através de um beijo que parecia querer engolir a minha existência, ou era a minha língua.
Ele desceu a cabeça em direção ao meu colo e envolveu meu pau com um calor e humidade que eu não havia experimentado antes. Ele parecia querer sugar algo de dentro do meu saco através das veias do meu pau, e todo o calor do meu corpo parecia se concentrar ali na cabeça do meu caralho que queria explodir. Eu quis retribuir as mesmas sensações e busquei a cabeça do pau dele com a minha boca. Antes de esfregar minha boca aberta no saco dele, e tentar respirar através das bolas daquele saco gostoso, enfiei meu rosto em pêlos macios no meio das pernas dele, tentando alcançar, com a ponta da minha língua, o cuzinho dentro do rêgo do rabo dele também cheio de pêlos.
O cheiro do sexo dele impregnou todo o meu rosto e torax de puro tesão, e quando a minha boca encontrou a cabeça do pau dele, pude sentir o gosto dele, meio doce... eu podia morrer ali com o pau dele dentro da minha garganta. Uma explosão de cheiros, sabores, texturas, toques, sensações, emoções, desejos, fantasias e cores iluminava aquela falsa escuridão.
Até mesmo agora enquantoescrevo estou de pau duro, melando de tanto prazer por lembrar...
Eu estava entre os mundos quando ele se virou de costas pra mim e sentou no meu pau. Eu podia sentir a cabeça do meu pau ser toda envolvida e sugada pra dentro dele. Senti também uma brisa no meu rosto com o movimento dos cabelos dele, enquanto ele lutava para conter um espasmo causado pela dor. Eu também devo ter sentido alguma dor arregaçando a cabeça do meu pau. Quase ouvi um grito que ele conseguiu conter em algum lugar dentro dele.
Por um instante breve, pareceu estar chovendo dentro do quarto, enquanto um cheiro forte de vinho tomava conta do ar. Ele saltou pra longe de mim.
Quando passei a mão no meu rosto, havia pedaços de algo parecido com leite coalhado. Era queijo mastigado e vinho, pois ele havia vomitado. Pude conferir quando ele ascendou aluz e saiu do quarto para o banheiro. Por algum motivo que até hoje desconheço, eu não tive nojo dele.
Eu me lembro de ter gozado dentro dele.
Embora tudo parecesse ter transcorrido num tempo infinito, a sensação que restou foi que havia acontecido tudo muito rápido. Como foi isso então? Ele voltou pro quarto depois de ter tomado um banho, pediu que eu apenas me limpasse para não acordar ninguém na casa. Eu também tentei limpar o quarto rapidamente. Ele apagou a luz e pediu que eu esquecesse. Até hoje estou no escuro. Soube através daquela minha grande amiga que namorou com ele, que ele se casou e teve dois filhos. Soube que a mulher dele é infeliz, muito insegura. Que talvez ele tenha uma vida dupla.
Há alguns dias atrás eu o vi atravessando a rua, enquanto eu dirigia, indo pro meu trabalho. E tudo isso saltou de algum lugar do meu cérebro.
Eu tive muita sorte porque me apaixonei outras vezes. Vivi contos de amor e sexo incríveis.
Hoje sou casado e tenho uma família linda, deliciosa. Tenho uma vida deliciosa.
Sexo? Eu também vivenciei outras loucuras. uem sabe noutra oportunidade eu escreva novamente.
Com tesão

Autor: Renard.
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